Quinta-feira, 27 de Maio de 2010

Mega-Agrupamentos 3

Consta que os planos do Governo passam por reduzir o número de agrupamento para 1/3 do que existe actualmente. Supondo que existem 1200, destes, 800 iriam à vida. Supondo que, na maioria, ou em média, cada um tem um director, um sub-director e um adjunto, isso implicaria 300+300+600=1200 euros de gratificações a menos, em cada agrupamento extinto. Ora, em 800 agrupamentos, seriam 800x1200=960000 euros a menos, mensalmente. Num ano, 11 520 000 euros a menos. Assim numa análise por baixo. Ainda assim, é caso para perguntar: tanta bagunça que ai ser feita, para poupar só isto?...

 

Imagine-se que, em cada um dos mesmos 800 agrupamentos, se "abatem" 5 funcionários (entre auxiliares e administrativos). Se cada um ganhar 500 euros por mês, isso quer dizer que, no final de um ano, se poupam 28 000 000 euros (800x500x5x14).

 

Já vamos em quase 40 milhões. Uma migalha, digo eu.

 

Se cada funcionário "extinto" passasse a receber subsídio de desemprego... e tal...

 

Se cada um dos sub-directores passar a dar aulas em pleno, não é necessário contratar um professor para leccionar as "suas" turmas, pelo que seriam 800 professores a menos, logo, no final de um ano, 11 200 000 euros a menos (800x1000x14).

 

Fazendo as mesmas contas para os adjuntos, que têm uma turma, e considerando que pagar um horário incompleto para compensar as horas que o adjunto não lecciona, teríamos 8 960 000 euros (800x800x14).

 

60 milhões, por ano. Insignificante, quando comparado com outras despesas do Estado que poderiam ser perfeitamente evitadas, mesmo na área da Educação.

 

Certo é, que dá bastante jeito, nesta altura do campeonato, que os órgãos de gestão dos agrupamentos sejam unipessoais. Sub-directores e adjuntos não têm votos na matéria.

 

 

publicado por pedro-na-escola às 16:49
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1 comentário:
De Celeste a 22 de Junho de 2010 às 13:25
Faltam as contas dos professores contratados, substituídos não só pelos adjuntos/assessores mas também pelos docentes do quadro de outra escola/agrupamento com horário incompleto. E, já agora, dos psicólogos contratados, como eu, que ganham (um bocadinho) mais que 500€.

Para mim vai ser complicado porque, apesar da extinção do quadro de psicólogo escolar, trabalho desde 2003 nesta área, nunca fiz outra coisa em Psicologia. E sempre com muito, muito trabalho e muitas responsabilidades.

Antes isso que um cancro, é ou não é? E mais, se calhar está na altura de receber do desemprego.

Termino dizendo que, para quem se ocupa das dificuldades várias de adaptação à escola, à relação escola-família e às questões emocionais e personalísticas... isto vais ser o caos. Lamento pela minha classe mas também pela dos professores, que são pessoas com quem mais me relaciono, também na minha vida pessoal, e sei bem o que eles passam e o que os espera.

Abraço


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