Ou não!
Ontem, dia 1 de Outubro de 2009, conseguimos recrutar o último professor que nos faltava para completar o quadro docente para este ano lectivo. Foi à terceira tentativa de contratação de escola, note-se!
A distribuição de serviço foi feita no início de Agosto, para que, até 13 desse mês, pudéssemos indicar as nossas necessidades numa aplicação da DGRHE.
Contas feitas, o brilhante sistema de recrutamento inventado pelo Ministério da Educação (da era Sócrates) engonhou-nos durante um mês e meio!
Para a ministra e os seus dois secretários de estado, o ano lectivo arrancou tranquilíssimo e a colocação de professores foi um estrondoso sucesso, mas só acredita neste trio quem quer muito ou quem é mesmo tapadinho.
Porquê esta demora?
A DGRHE inventou uma série de regras para o jogo que acabaram por atrapalhar tudo. Pena que não haja coragem para assumir isso publicamente. Às tantas só mesmo as escolas e os professores é que perceberam que o processo foi uma trapalhada completa.
A contratação de escola acabou por se revelar uma ideia exequível num país civilizado, mas incompatível com a realidade portuguesa, onde a falta de racionalidade e visão a médio e longo prazo colocou no “mercado” uma quantidade exagerada de profissionais habilitados para a docência, bem acima das necessidades, facto que facilmente entope esta metodologia de recrutamento. O “jogo da roleta” das decisões dos professores que concorrem, que subitamente podem ser seleccionados para dez escolas ao mesmo tempo ou num prazo de dois ou três dias, com número de horas bem diferente, ajuda à festa. A própria aplicação informática engonhou por diversas vezes, impedindo os professores de lhe acederem para aceitação ou recusa, o que, num jogo da roleta cronometrado e em competição com outras escolas, pode provocar situações de longos atrasos no processo e, tal como aconteceu na minha escola, fazer-nos “perder” candidatos com bom currículo, sobrando-nos outros com currículo inferior.
Ainda ficam algumas estórias por contar, a respeito deste assunto, mas acho que já chega. O facto inegável é que aquilo que o Governo de Sócrates propagandeou como um sucesso, foi, afinal, uma trapalhada. A mensagem do Governo de Sócrates passou, incontestada, e isso é que interessou.