Na semana passada, um pequeno grupo de dirigentes sindicais passaram pela minha escola para auscultar os professores sob formas de luta para esta recta final do ano lectivo. Uma consulta, portanto.
Tenho uma pedra no sapato quanto aos sindicatos, confesso, por razões que adiante explanarei, mas é preciso ser-se louco ou aspirante-a-ditador para negar a importância e a necessidade da sua existência.
As ideias foram pouco ou nenhumas. O número de professores presentes na reunião, em comparação com a última reunião sindical nesta escola, foi miserável. Sinais dos tempos? Há programas para cumprir, alunos para preparar para exames, etc. Greves e manifestações pareceram ser más opções, a começar pelo risco de terem níveis de adesão que seriam prejudiciais a qualquer luta. De outras escolas, pelo que apurei, há ideias para todos os gostos.
Pela minha parte, vejo duas medidas que gostaria de ver concretizadas:
1. A conclusão da avaliação de desempenho no final do ano lectivo, com a autoavaliação individual dos professores, por referência aos três objectivos basilares definidos para os professores do meu agrupamento: a contribuição para as metas do projecto educativo, o envolvimento na concretização do plano anual de actividades e o cumprimento do serviço distribuído.
2. O lançamento de uma contraproposta de escalonamento da carreira docente, reduzindo substancialmente a amplitude salarial actualmente existente.
A minha pedra no sapato quanto aos sindicatos tem que ver com o actual escalonamento da carreira docente. Não faz qualquer sentido que, na mesma escola, um professor ganhe mais do dobro de outro, quando os dois desempenham o mesmo tipo de tarefa, com as mesmas responsabilidades. Aliás, creio que este é o principal motivo para sermos uma classe tão desunida.