JN juntou alunos e professores para debater agressão a docente
O assunto não é desvalorizado, mas também não é usado para fazer extrapolações pessimistas sobre o sistema de ensino. Desafiados a reflectir, na redacção do JN, sobre o conflito que saltou, há duas semanas, do interior de uma escola do Porto para a comunicação social, quatro professores de quatro escolas diferentes, usam frases medidas, pensadas, pesadas para o debater. Evitam-se juízos de valor, mas há uma convicção a uni-los: "O episódio da aluna que agrediu a docente é muito grave, mas está longe de representar a falência da escola enquanto sistema e longe de representar a relação entre professores e alunos", Dito de outra forma: "Foi um episódio infeliz, mas representa a excepção".
Teresa Pinto de Almeida, professora de Inglês no estabelecimento visado, receia a estigmatização da escola e lamenta as ilações que tem visto serem retiradas a propósito do incidente.
"A Carolina nunca foi problemática. O episódio do telemóvel é infeliz, muitíssimo grave e reprovável, mas não pode ser usado para rotular a escola ou para nos fazer embarcar em pessimismos". Ao contrário, acrescenta, "espero que sirva para agitar a consciência colectiva para as questões da indisciplina".
Apraz-me comentar que, para variar, a selvagem de 15 anos já está mais que desculpada (com uma palmadinha nas costas, quase) perante a sociedade e a professora a arcar com as culpas da situação. Mais do que a situação em si, isto só revela a podridão de valores que marca este país.