“Se sabe, passa. Se não sabe, não passa.” – palavras da ministra numa entrevista na RTP1, algures no tempo, ditas com uma convicção impressionante.
Devia ser assim, mas… e as Novas Oportunidades? E os Currículos Alternativos? Será assim?
Na semana passada, passou lá na escola um senhor de fato e gravata, para deixar folhetos das Novas Oportunidades, para distribuirmos por funcionários e encarregados de educação, no sentido de os despertar para a oportunidade de alcançarem qualificações académicas superiores.
Eu sabia que alguns deles - funcionários – já tinham concluído o “9ºano” às custas das Novas Oportunidades”. Isto é, sem concluírem com aproveitamento o 9º ano da escola pública portuguesa, tinham obtido um documento que certifica que possuem essas habilitações académicas. Presume-se que uma pessoa com um certificado de habilitações do 9º ano tenha passado por uma série de experiências de aprendizagem e exercitação da mente, ultrapassando-as com sucesso. Com as Novas Oportunidades, e até com os Currículos Alternativos, faz de conta que também sim.
O que eu não sabia, é que aquele senhor engravatado vinha “à procura” de interessados na segunda fase. Isto é, depois de certificados com o 9º ano sem o terem concluído com aproveitamento, teriam a oportunidade de serem certificados com o 12º ano sem o terem concluído. Nem começado, sequer.
Olhei para o senhor engravatado, depois para os folhetos, depois para o senhor, novamente, e novamente para os folhetos, como se estivesse a assistir a uma partidinha de ténis entre Helen Keller e Ray Charles.
Às vezes, parece que nada nesta profissão faz qualquer sentido…