Sábado, 30 de Julho de 2011

E a Terra é plana…

Alinhar com a ideia das quotas na ADD é uma atitude tão troglodita como afirmar que a Terra é plana. O assunto já é velho, mas a insistência por parte do novo ministro traz-me novamente náuseas.

 

Confunde-se quotas na avaliação com quotas na progressão. As primeiras, são um disparate completo sem remédio. As segundas, são uma mera opção política.

 

Porque não mexem nas notas de acesso dos alunos às universidades? Nem todos podem entrar para Medicina, obviamente, mas ninguém lhes mexe nas notas!

 

Entretanto, continuam a saber-se resultados da ADD, com professores medianos a receberem “Excelente”, professores dedicadíssimos a receberem “Bom”. Mais grave, professores incompetentes, que deveriam ser afastados do sistema, continuam a avaliar os demais e, para cúmulo, chegam a receber menções de “Muito Bom”.

 

O circo veio para ficar e só há números de humor negro…

publicado por pedro-na-escola às 17:35
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Sábado, 2 de Julho de 2011

A propósito dos melhores…

E se, na minha escola, os professores fossem todos substituídos por professores universitários, de preferência catedráticos, no mínimo doutorados, especialistas nas várias áreas disciplinares?

 

Aparentemente, Nuno Crato deseja os melhores para ensinarem os alunos portugueses. Ia mudar alguma coisa? Pode vir, ele mesmo, leccionar Matemática às minhas turmas, para ver o que acontece. Aliás, até lhe poderia sugerir umas escolinhas escolhidas a dedo...

publicado por pedro-na-escola às 09:24
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Sexta-feira, 1 de Julho de 2011

A propósito de oportunidades…

No seu primeiro discurso no parlamento, Nuno Crato fez referência à necessária igualdade de oportunidades dos alunos, no acesso à educação, independentemente das condições sociais e financeiras das suas origens.

 

Acho que fica muito bem esta referência. Aliás, é um pensamento partilhado por qualquer pessoa de bem.

 

No entanto, e porque há sempre um “entanto”, ficaria muito melhor a Nuno Crato (e a muita gente) saber que essa igualdade de oportunidades não existe, nem vai existir. Não é uma questão de pessimismo crónico. É, tão só e apenas, uma constatação muito simples: tanto quem aconselha, como quem decide, em matéria de educação (ah… os especialistas, esses virtuosos…), presume que a escola consegue resolver esse problema.

 

A questão da falta de igualdade de oportunidades, em Portugal, ainda não se pode resolver dentro da escola. E é muito fácil perceber porquê. Basta pegar em dois jovens, de condições financeiras iguais e condições sociais diferentes. Dois jovens normalíssimos, a entrarem para o 7º ano. O jovem A, de pais bardinas (com o 6º ano de escolaridade) e que se estão “nas tintas” para que o filho estude ou deixe de estudar. E o jovem B, de pais atinados (com o 6º ano de escolaridade) e que desejam que o filho prossiga estudos e seja alguém na vida.

 

Por serem jovens normalíssimos, aos 12 anos, o que apetece mesmo é vadiar, brincar, jogar à bola e pregar umas partidas. Estudar, não faz parte das actividades preferidas.

 

Onde é que a desigualdade de oportunidades se evidencia, sendo a escola impotente para resolver o problema?

 

O jovem A, que deseja fazer só o que lhe apetece, tem margem de manobra para isso e para muito mais, como se fosse um “órfão de pais vivos”. Em menos de nada, a escola é apenas um local para passar parte do dia, a fazer o que lhe apetece, embora tenha que passar algumas horas dentro de quatro paredes (a fazer o que lhe apeteça). Em casa, nem vale a pena haver uma mesa para estudar, porque não é preciso. Acumulam-se as negativas e as queixas dos professores, perante a indiferença dos pais.

 

O jovem B, também deseja fazer só o que lhe apetece, mas não tem margem de manobra para isso, porque os pais controlam-no diariamente. Acompanham o percurso escolar, vão à escola, falam com o director de turma, perguntam pelo comportamento nas aulas, verificam e assinam os testes, exigem do filho um desempenho dentro das suas capacidades, obrigam-no a estudar e cuidam de que tenha condições em casa para o fazer. Os resultados escolares positivos são o melhor prémio para o esforço dos pais.

 

Porque os iluminados dos gabinetes assim decidiram, a escola oferece ao jovem A vários tipos de apoios: acompanhamento individualizado dentro da sala de aula, “explicações” gratuitas a algumas disciplinas, um tutor só para ele, e outras coisas do género. Mas o mocinho, que não é parvo e já percebeu que pode fazer apenas o que lhe apetece, “borrifa-se” para os apoios todos. Tem mais que fazer. Os professores, feitos tolinhos, passam os dias atrás dele, para o arrastarem para dentro de uma sala para mais uma sessão de apoio. No final do ano, foi um ano porreiro: oito negativas e algumas participações disciplinares, como se fossem medalhas que exibirá orgulhosamente perante os amigos. Com jeitinho, e não precisa de ser muito, o Conselho Pedagógico acabará por ditar a sua transição, porque ah e tal a idade e mais qualquer coisinha.

 

Em resumo, só começará a haver igualdade de oportunidades no acesso à educação em Portugal, quando o Estado intervir – com pulso de ferro – na educação que os pais dão aos filhos. Mas, para se começar sequer a caminhar nesse sentido, é preciso que muita gente perceba quão impotente é a escola – e esta é a parte mais difícil.

 

 

publicado por pedro-na-escola às 20:14
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Quinta-feira, 30 de Junho de 2011

A propósito das paranóias do momento…

A propósito das paranóias da moda relacionadas com os professores, nomeadamente a prova de ingresso na carreira, a avaliação de desempenho, a formação inicial de professores, a selecção dos candidatos a professores, e outras coisas mais que tais (curiosamente, pode facilmente constituir-se lobbies em torno destes temas, sendo agora um momento oportuno para se manifestarem – “tachos” podem cair subitamente dos céus), há dois cenários que eu desejaria poder concretizar-se, só pela curiosidade de apurar os resultados:

 

Cenário A: transladar os alunos da minha escola para uma escola da Finlândia, com o corpo docente finlandês e as regras do sistema educativo finlandês, considerando que, hipoteticamente, não haveria problemas linguísticos.

 

Ou

 

Cenário B: substituir, na minha escola, todo o corpo docente por professores finlandeses, mantendo as regras do sistema educativo português, no mesmo pressuposto hipotético de não existência de problemas linguísticos.

 

Só mesmo por curiosidade. Em vez da Finlândia, pode ser outro país qualquer, bem contado no ranking mundial em termos de Educação, pois não sou propriamente esquisito quando à geografia.

 

É que, a avaliar pelo discurso do momento, o problema com a Educação nas escolas públicas portuguesas, é mesmo os professores. Ou porque não são avaliados, ou porque não foram bem escolhidos, ou porque amanhã vai chover. Este tipo de discurso, dá jeito a muita gente!

publicado por pedro-na-escola às 22:37
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Quarta-feira, 29 de Junho de 2011

Especialistas em educação

A propósito da novidade dos exames à saída do 2º e 3 ciclo, rapidamente surgiram comentários de “especialistas de educação”. É ridículo como se pode classificar alguém como “especialista” numa área que desconhece.

 

É que, a bem dizer, a educação escolar (leia-se básica e secundária) vive um conjunto de dinâmicas que só quem está no terreno é que consegue aperceber-se delas. A vida profissional passada num gabinete não é compatível com o conhecimento destas dinâmicas.

 

Que dinâmicas são estas? A forma como os pais encaram a escola e se relacionam com ela. Como os pais exercem (ou não) a sua autoridade nos filhos. Como os alunos se influenciam uns aos outros. Como os alunos se aproveitam da permissividade do sistema para escaparem ao trabalho escolar. Como os pais se descartam facilmente do insucesso dos filhos e sacodem a sua responsabilidade. Como a indisciplina prejudica as aprendizagens na sala de aula. Aliás, como a indisciplina (não necessariamente na base da “faca e alguidar”) é um facto consumado na esmagadora maioria das salas de aula em Portugal. Como os alunos (e, em muitos casos, também os pais) desprezam e evitam os apoios concedidos gratuitamente pela escola. Como os casos de insucesso são tão facilmente identificados, de forma precoce, nos primeiros anos de escolaridade, bem como os motivos que favorecem esse insucesso. E por aí fora…

 

Mais, os ditos “especialistas em educação” não conseguem, a partir dos seus gabinetes, nem sequer com base nos seus estudos, perceber o que são – na realidade – alunos com “dificuldades de aprendizagem”. Porque metem no mesmo saco o aluno inteligente, mas preguiçoso, e o aluno com capacidades cognitivas abaixo da média. Daí que, nos seus discursos, usem e abusem da referência aos alunos com “dificuldades de aprendizagem” e aos apoios que os professores deveriam dar-lhes (sugerindo simpaticamente que não dão), como se a percentagem de insucesso (por disciplina ou por retenção) correspondesse à percentagem de alunos com “dificuldades de aprendizagem”… como se Portugal fosse um país de coitadinhos…

 

publicado por pedro-na-escola às 16:39
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Segunda-feira, 27 de Junho de 2011

O que vai ficar por fazer

Portanto, à cabeça temos um conhecido matemático e suposto crítico do “eduquês” e das políticas educativas do anterior governo, cuja voz incomodativa desapareceu subitamente de cena graças a um generoso convite para presidir a uma instituição que, enfim. Logo abaixo, para tratar da saúde ao ensino básico e secundário, temos uma doutoradaem psicologia. Confessoque não me “cheira”.

 

Por mais mudanças que este novo elenco faça, há uma que creio piamente vai ficar por fazer, sem a qual todas as outras serão genericamente inconsequentes. Ou seja, há um aspecto na Educação neste país que impera mudar radicalmente, sendo que só depois desta mudança valerá a pena investir energias a outras mudanças. Falo da indisciplina, aquele estado de espírito que abunda por aí, em que cada um e cada qual se acha no pleno direito de fazer o que lhe dá na real gana, como se tudo fosse uma completa anarquia.

 

Mas, não me parece. Vão, eventualmente, mexer nas fusões dos agrupamentos, no modelo de gestão das escolas, nos concursos, nos currículos, na avaliação de desempenho, no ingresso na carreira, etc., mas tudo será inconsequente. Continuaremos na mesma, como a lesma. Talvez haja, até, um decréscimo nos resultados escolares (mais insucesso), caso apertem a malha do rigor e da exigência com exames.

 

Porque, embora a malta faça vista grossa a este pormenor, o certo é que, nos países que lideram o ranking mundial, a indisciplina é intolerável. Obviamente! Ou não fosse, simplesmente, incompatível com a aprendizagem.

 

Eventualmente, Nuno Crato repetirá o seu discurso contra a indisciplina. Mas, a solução passará, obviamente (seria bom eu estar enganado), por proporcionar aos professores (mais) formação sobre como lidar com a indisciplina. Porque a indisciplina é para continuar. Para tolerar. A malta é que tem que saber lidar melhor com ela.

 

Tratar a indisciplina como um comportamento intolerável, com as devidas e pouco ligeiras consequências para os prevaricadores e respectivas famílias, seria o primeiro passo para uma verdadeira mudança da Educaçãoem Portugal. Tudoo resto, é paisagem.

 

Aliás, no dia em que surgir um governante capaz de operar esta mudança, é certinho que muita coisa mudará no país, a começar pela (elevada) sinistralidade rodoviária, que existe pela mesma razão que existe a indisciplina na escola e a corrupção em todo o lado: cada um pode fazer o que quer e lhe apetece, e só com muito azar terá sobre si alguma consequência.

publicado por pedro-na-escola às 22:33
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Sexta-feira, 24 de Junho de 2011

Nuno Crato e a definição de “Eduquês”

Com a escolha de Nuno Crato para liderar a Educação deste país, fiquei curioso quanto aos ditos e escritos deste senhor antes de ter sido escolhido. Na expectativa, obviamente, de lhe perceber a alma. Porque, uma coisa, é a opinião de uma figura algo pública; outra coisa, é a opinião de alguém que vai pegar nos destinos da Educação – ou, para ser mais curto e grosso, de alguém que terá a oportunidade de mudar efectivamente o nosso país.

 

Apontam-no como opositor do chamado “eduquês”, que até escreveu um livro sobre o assunto. Parece que é visto como a figura que poderá libertar as escolas do jugo do “eduquês”.

 

Curiosamente, e depois de ler as opiniões mais populares de Nuno Crato, fiquei com a impressão de que ele próprio é – infelizmente – um defensor de uma versão mais alargada do “eduquês”.

 

Esta versão, mais alargada, resume-se num pensamento único: o “eduquês” é uma forma crónica de inventar soluções para problemas que não existem e é sistematicamente aplicado por quem está desfasado da realidade.

 

A “teoria do coitadinho” e as “dificuldades de aprendizagem” são exemplos crónicos. Soluções para um miúdo que é rotulado de coitadinho, mas não é, ou que tem dificuldades de aprendizagem, mas não tem.

 

Querer associar os resultados de exames ao desempenho dos professores, é mais um caso crónico de “eduquês alargado”. Teoricamente, faz sentido, em especial num contexto imaginário em que os alunos são todos iguais e estão disponíveis para aprender (nas aulas e no estudo). O contexto real, que Nuno Crato aparenta desconhecer, é bem diferente: os alunos são todos diferentes e abundam os que não estão disponíveis para aprender.

 

No contexto real, o professor bem sabe que, bastas vezes, o nível 2 de um aluno num exame do 9º ano, é o fruto proveitoso do seu trabalho ao longo de um ano (ou mais) – visto por uma entidade externa como um mau resultado (logo, mau desempenho do professor), só o próprio professor (e os seus colegas do conselho de turma) sabe que foi uma vitória, porque o resultado mais expectável seria o nível 1, tal era a indisponibilidade do aluno...

 

A paranóia com a prova de ingresso na carreira docente, porque isso iria melhorar os resultados dos alunos, é outro sinal de desfasamento. Teoricamente, faz sentido, mas, na prática, não há prova de selecção que valha face a um grupo de alunos definitivamente indisponíveis para aprender.

 

A ver vamos, onde iremos parar…

publicado por pedro-na-escola às 16:54
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Sexta-feira, 28 de Maio de 2010

Mega-Agrupamentos 4 - a parte “cómica”

Esta “onda” dos mega-agrupamentos está a ser feita em cima do joelho e atabalhoadamente. Para ter a certeza disto, basta atender ao que se passa num certo agrupamento no concelho de Seia, onde o processo de eleição do director terminou há cerca de uma semana, sendo que ainda antes de tomar posse, o senhor será informado de que, afinal, é um “director fantasma”, pois que a instituição que o elegeu irá desaparecer do mapa dentro de um mês. Ora, se a DREC acompanhou o processo, ou, pelo menos, teve conhecimento, como se explica que tenha deixado a coisa andar? Obviamente, porque está tudo à deriva e tudo anda a ser feito em cima do joelho. Cómico! Tristemente cómico!

 

O que vai acontecer com as candidaturas ao POPH para financiamento de cursos (CEFs, EFAs, etc.)? E com o próprio financiamento em curso? Estamos a falar de instituições que deixam de existir como agrupamentos. Será que alguém pensou nisto?

 

E o crédito horário? Como será atribuído e gerido? Imagine-se, um professor com várias horas de redução do 79º, a deslocar-se a uma escola do mega-agrupamento, a 20 km de distância, para fazer horas de substituição ou dar apoios! Porque é que uns terão de fazer esses 20 km, e outros não? É muito dinheiro em gasolina no final do mês. Um agrupamento que tenha muito poucas horas somadas de redução do 79º, usufruindo de um crédito horário generoso, ao fundir-se num mega-agrupamento, conseguirá usufruir de horas para apoios, por exemplo?

 

Departamentos curriculares em mega-agrupamentos com 80 ou 100 pessoas, pode tornar-se anedótico. Ou caótico. O que se poupa em dinheiro, poupa-se igualmente em eficiência. Estruturas com largas dezenas de pessoas tornam-se ineficientes e inúteis. A verdade, é que, aqui, não interessa que as coisas funcionem. Aliás, neste país, cada vez mais, o que menos interessa é a eficiência e a produtividade.

 

Quanto se irá gastar ao reformular-se o estacionário de 1200 agrupamentos, para se converterem em 400 mega-agrupamentos? Não será um punhado de trocos, certamente.

Que eleições serão aquelas para o Conselho de Escolas, já a 15 de Julho? Será um órgão consultivo constituído por “membros fantasmas”? Por alturas de arranque do próximo ano lectivo, os directores de então, não serão, seguramente, os directores de hoje.

 

Uma das metas em cima da mesa, é um órgão de gestão único em cada concelho. Tudo em nome da redução das despesas do Estado. Por mim, fazia-se contas aos recursos humanos e físicos afectos às várias estruturas do Ministério da Educação (nacionais, regionais e zonais), e abatiam-se todos de uma só vez. Pesam muito mais na balança da inutilidade do que na da utilidade… e pesam muito, mas mesmo muito, na balança da despesa pública!

 

Por falar em incompetência (porque tudo isto resulta de muita incompetência concentrada), consta que a própria directora regional não saberá responder à esmagadora maioria das dúvidas colocadas pelos directores a quem dá a notícia da fusão. Dúvidas sobre a aplicabilidade prática da fusão em mega-agrupamentos. Consta (leia-se “ouvi dizer”) que tem aconselhado os senhores directores a aconselharem-se junto de quem já tem experiência prática nessa coisa de mega-agrupamentos, embora também conste que as experiências de mega-agrupamentos não correram nada bem. Ou seja, aproxima-se a bagunça.

 

Ainda que o Ministério da Educação, ou as próprias direcções regionais, atirem para os mega-agrupamentos os habituais pacotes de legislação (também ela produzida em cima do joelho) a estabelecer as regras práticas que assistem à nova realidade, há uma certeza que resulta da análise do passado: quem produz a legislação e quem inventa essas regras, são pessoas que, por norma, não sabem o que se passa na gestão de uma escola e que, por isso mesmo, vão simplesmente debitar uma enormidade de disparates.

 

publicado por pedro-na-escola às 16:12
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Quinta-feira, 27 de Maio de 2010

Mega-Agrupamentos 3

Consta que os planos do Governo passam por reduzir o número de agrupamento para 1/3 do que existe actualmente. Supondo que existem 1200, destes, 800 iriam à vida. Supondo que, na maioria, ou em média, cada um tem um director, um sub-director e um adjunto, isso implicaria 300+300+600=1200 euros de gratificações a menos, em cada agrupamento extinto. Ora, em 800 agrupamentos, seriam 800x1200=960000 euros a menos, mensalmente. Num ano, 11 520 000 euros a menos. Assim numa análise por baixo. Ainda assim, é caso para perguntar: tanta bagunça que ai ser feita, para poupar só isto?...

 

Imagine-se que, em cada um dos mesmos 800 agrupamentos, se "abatem" 5 funcionários (entre auxiliares e administrativos). Se cada um ganhar 500 euros por mês, isso quer dizer que, no final de um ano, se poupam 28 000 000 euros (800x500x5x14).

 

Já vamos em quase 40 milhões. Uma migalha, digo eu.

 

Se cada funcionário "extinto" passasse a receber subsídio de desemprego... e tal...

 

Se cada um dos sub-directores passar a dar aulas em pleno, não é necessário contratar um professor para leccionar as "suas" turmas, pelo que seriam 800 professores a menos, logo, no final de um ano, 11 200 000 euros a menos (800x1000x14).

 

Fazendo as mesmas contas para os adjuntos, que têm uma turma, e considerando que pagar um horário incompleto para compensar as horas que o adjunto não lecciona, teríamos 8 960 000 euros (800x800x14).

 

60 milhões, por ano. Insignificante, quando comparado com outras despesas do Estado que poderiam ser perfeitamente evitadas, mesmo na área da Educação.

 

Certo é, que dá bastante jeito, nesta altura do campeonato, que os órgãos de gestão dos agrupamentos sejam unipessoais. Sub-directores e adjuntos não têm votos na matéria.

 

 

publicado por pedro-na-escola às 16:49
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Mega-Agrupamentos 2

Vila Franca das Naves, no concelho de Trancoso, já ardeu. Consta que a 1 de Julho de 2010 entrará em acção uma comissão instaladora para que este agrupamento se junte ao de Trancoso. Segundo ouvi comentar, Vila Franca das Naves teve excelentes resultados na avaliação externa... mas, claro, o que está em causa, não é qualidade no serviço prestado. É, tão só e apenas, poupar dinheiro a todo o custo, para que ainda sobre algum para distribuir pelos mesmos do costume...

publicado por pedro-na-escola às 09:25
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