Sexta-feira, 2 de Outubro de 2009

O sucesso da colocação de professores

Ou não!
 
Ontem, dia 1 de Outubro de 2009, conseguimos recrutar o último professor que nos faltava para completar o quadro docente para este ano lectivo. Foi à terceira tentativa de contratação de escola, note-se!
 
A distribuição de serviço foi feita no início de Agosto, para que, até 13 desse mês, pudéssemos indicar as nossas necessidades numa aplicação da DGRHE.
 
Contas feitas, o brilhante sistema de recrutamento inventado pelo Ministério da Educação (da era Sócrates) engonhou-nos durante um mês e meio!
 
Para a ministra e os seus dois secretários de estado, o ano lectivo arrancou tranquilíssimo e a colocação de professores foi um estrondoso sucesso, mas só acredita neste trio quem quer muito ou quem é mesmo tapadinho.
 
Porquê esta demora?
 
A DGRHE inventou uma série de regras para o jogo que acabaram por atrapalhar tudo. Pena que não haja coragem para assumir isso publicamente. Às tantas só mesmo as escolas e os professores é que perceberam que o processo foi uma trapalhada completa.
 
A contratação de escola acabou por se revelar uma ideia exequível num país civilizado, mas incompatível com a realidade portuguesa, onde a falta de racionalidade e visão a médio e longo prazo colocou no “mercado” uma quantidade exagerada de profissionais habilitados para a docência, bem acima das necessidades, facto que facilmente entope esta metodologia de recrutamento. O “jogo da roleta” das decisões dos professores que concorrem, que subitamente podem ser seleccionados para dez escolas ao mesmo tempo ou num prazo de dois ou três dias, com número de horas bem diferente, ajuda à festa. A própria aplicação informática engonhou por diversas vezes, impedindo os professores de lhe acederem para aceitação ou recusa, o que, num jogo da roleta cronometrado e em competição com outras escolas, pode provocar situações de longos atrasos no processo e, tal como aconteceu na minha escola, fazer-nos “perder” candidatos com bom currículo, sobrando-nos outros com currículo inferior.
 
Ainda ficam algumas estórias por contar, a respeito deste assunto, mas acho que já chega. O facto inegável é que aquilo que o Governo de Sócrates propagandeou como um sucesso, foi, afinal, uma trapalhada. A mensagem do Governo de Sócrates passou, incontestada, e isso é que interessou.
publicado por pedro-na-escola às 15:07
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Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009

Ainda as contratações de escola

Só depois de estarmos metidos nas coisas, é que nos apercebemos do seu bom ou mau funcionamento. Pessoalmente, tenho uma visão da contratação de escola do ponto de vista da gestão de uma escola.

 
Consta que, para os colegas contratados, não tem sido nada fácil, tem-lhes trazido muito stress, e tem sido uma sucessão de tiros completamente no escuro. A falta de transparência nos processos de colocação através da bolsa de recrutamento, salta para a forma como se processam as contratações de escola. Digo eu. Algo semelhante a uma roleta russa, na balbúrdia e confusão de horários e candidatos, Uns a aceitarem, outros a recusarem, outros ainda a ver se a desistência de alguns podem abonar em seu favor. Acho que nunca vi um recrutamento de professores com um tão elevado grau de imprevisibilidade. Nunca vi ser tão grande a probabilidade de um professor bem colocado numa lista de graduação nacional poder ficar muito “pior colocado” que um outro bem mais abaixo na lista. Tipo jogo de sorte e azar.
 
Do ponto de vista da gestão, já estou um bocadinho farto de brincar às contratações de escola. Lança-se um horário, reúnem-se dezenas de candidaturas, analisam-se os currículos, ordenam-se os candidatos e começa o jogo do gato e do rato. Selecciona-se o candidato A, que no dia seguinte recusa o horário. Começa-se a telefonar um a um. Selecciona-se o B, na esperança, mas também recusa. O C diz que talvez, mas está à espera de ver o que acontece na escola X, para onde também concorreu, e no dia seguinte não aceita. Vamos ao D que já está colocado noutra escola, assim como o E e o F. Passa uma semana. O candidato G tem o telefone inactivo. Mais dois dias até podermos seleccionar o H. Mas isto é um circo, ou quê?
 
É óbvio que os professores procuram encontrar o melhor horário e isso merece todo o respeito. O sistema é que está mal feito! Pode funcionar noutros países, acredito que sim, mas, na realidade portuguesa, é impraticável. E qual é a diferença? Presumo que a diferença esteja na quantidade abismal de candidatos que temos. Porque, a bem dizer, recrutar um professor, a meio do ano, para uma substituição, através da contratação de escola, até é um processo simples e fácil. Mas, num início do ano lectivo, já com as aulas a decorrer, com centenas de “cães ao mesmo osso”, esta opção é um tremendo disparate e não traz benefício para ninguém! Nem para os professores que concorrem, nem para as escolas que os contratam.
 
Na prática, gostaria que a senhora ministra da Educação me explicasse (e, já agora, ao povo) onde está a normalidade do arranque do ano lectivo, quando foi preciso um mês e uma semana para me colocarem um professor de informática na escola, em especial quando já se sabia que, há um mês e uma semana atrás, havia centenas de professores de informática prontos para concorrer!
 
Terá sido tudo isto propositado? Com aquele trio à frente do Ministério da Educação, é provável que valores de ordem financeira tenham pesado na montagem deste esquema todo de bolas de recrutamento e contratações de escola. Porque, e não haja dúvidas, isto foi tudo muito mal feito. A única vantagem, a meu ver, é os generosos milhares de euros que se pouparão com a contratação tardia de docentes…
 
E que mentes idiotas são estas que pensam que este método de recrutamento (contratação de escola) é mesmo porreirinho e bonzinho e eficaz para se generalizar a todas as contratações de professores? Serão loucos?
publicado por pedro-na-escola às 20:06
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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009

Raios partam a Bolsa de Recrutamento e a Contratação de Escola

 
Isto é um desabafo, vá.

 
A senhora ministra bem que diz que arrancou tudo na maior das normalidades, mas eu já pedi um horário há um mês e ainda não tenho o professor. Faltam-me outros dois horários de línguas estrangeiras, e nada. Dos técnicos especializados para os CEFs, ainda me falta um, apesar de termos inserido os dados dos horários na plataforma há cerca de vinte dias atrás. As aulas já começaram e os alunos estão sem esses professores.
 
Esperamos, impacientemente, entre o bater das ondas da DGRHE, que não sabemos em que costa batem, nem a que horas batem, nem que lógica têm.
 
Ou porque os professores não são profissionalizados, ou porque os horários são incompletos, ou porque o céu é azul, ou porque a plataforma enguiçou e os candidatos não conseguem entrar e aceitar a colocação, ou porque não se percebe qual vai ser o próximo passo da DGRHE já que não se consegue chegar à fala com ninguém, acho que tudo contribuiu para este ridículo estado de coisas.
 
Escusadamente. Por trás disto, julgo que estão daquelas mentes obscuramente brilhantes, que inventam tantas regras e reviravoltas que o sistema dá um nó e engonha.
 
Se não há gente na bolsa de recrutamento que chegue para as encomendas, faz algum sentido esperar X dias para que se anuncie que ah e tal afinal não há ninguém e agora já se pode passar para contratação de escola? Mas, estão a gozar com a malta?
 
É que a contratação de escola pode ter uma série de peripécias que provocam sucessivos adiamentos, o que, quando se está numa corrida contra o tempo, com o arranque do ano lectivo e a chegada dos alunos, não é dos melhores contributos para o serviço prestado pela escola. Se um candidato já aceitou outro horário e logo a seguir o seleccionamos para o nosso, é necessário que renuncie ao nosso para que possamos passar ao candidato seguinte. Frequentemente, isto pode arrastar-se por uma semana ou mais, em especial quando os candidatos mudam de telefone e não conseguem actualizar essa informação elementar na plataforma, ficando, assim, incontactáveis.
 
Enfim, uma embrulhada desnecessária.
 
Ao bom estilo de Sócrates, o que importa é fazer – mesmo que seja mal feito – e depois bradar aos quatro ventos que se fez e que correu lindamente – mesmo que não funcione.
publicado por pedro-na-escola às 21:12
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