Reforço da autoridade dos professores
O Conselho de Ministros de 22 de Abril aprovou uma Proposta de Lei - alterando o Estatuto do Aluno - que visa criar condições de maior segurança, tranquilidade e disciplina na escola, através do reforço da autoridade dos directores, dos directores de turma e dos professores. Introduzem-se mecanismos de prevenção de situações que prejudiquem o normal funcionamento da escola e adoptam-se, em casos mais graves, medidas que assegurem aos envolvidos um adequado acompanhamento.
in http://www.portugal.gov.pt (22-04-2010)
À medida que o tempo passa, e as experiências se acumulam, mas creio que, nem o “problema” da Educação em Portugal se resolve localmente nas escolas, nem um pretenso reforço da autoridade dos professores (ou dos directores) fará diminuir a indisciplina.
Aos anos que andamos a brincar às soluções locais e às autoridades. Novo governo, nova brincadeira. Se as coisas não melhoram, apesar de algumas tentativas de maquilhagem, é de se pensar que não é com soluções locais na escola, nem com alterações na autoridade dos professores, que vamos ter uma mudança do rumo da Educação no nosso país.
A meu ver, ou o Estado se impõe, ou a inclinação do plano nacional é sempre em descida.
E o que é isto de o Estado se impor?
É, em vez de “criar condições de maior segurança, tranquilidade e disciplina na escola”, dar um murro na mesa e decretar, de uma vez por todas, que a escola é um espaço seguro, tranquilo e disciplinado, com todas as consequências para os que contrariem essa linha.
É, em vez de se introduzirem “mecanismos de prevenção de situações que prejudiquem o normal funcionamento da escola”, mostrar que as situações prejudiciais não são toleradas e que há consequências duras para os prevaricadores. O receio de consequências duras tem um efeito dissuasor muito superior ao da prevenção mole.
É, em vez de alinhar no discurso de que os profissionais de educação devem saber lidar com a indisciplina (como se fosse tão importante haver indisciplina como ensinar-se Matemática), ser intolerante para com todo e qualquer vislumbre de indisciplina.
É, em vez de passar a mensagem de que a Escola é um local para se frequentar, sem qualquer dever, impor claramente que a Escola é um local para ensinar e aprender!
Ainda estamos longe de ver o Estado a impor-se. O Estado Português é, com o devido respeito, um Estado banana… na Educação, deita pérolas aos porcos e esbanja recursos, sem exigir o que quer que seja em troca dos milhões que gasta.
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