Isto é um desabafo, vá.
A senhora ministra bem que diz que arrancou tudo na maior das normalidades, mas eu já pedi um horário há um mês e ainda não tenho o professor. Faltam-me outros dois horários de línguas estrangeiras, e nada. Dos técnicos especializados para os CEFs, ainda me falta um, apesar de termos inserido os dados dos horários na plataforma há cerca de vinte dias atrás. As aulas já começaram e os alunos estão sem esses professores.
Esperamos, impacientemente, entre o bater das ondas da DGRHE, que não sabemos em que costa batem, nem a que horas batem, nem que lógica têm.
Ou porque os professores não são profissionalizados, ou porque os horários são incompletos, ou porque o céu é azul, ou porque a plataforma enguiçou e os candidatos não conseguem entrar e aceitar a colocação, ou porque não se percebe qual vai ser o próximo passo da DGRHE já que não se consegue chegar à fala com ninguém, acho que tudo contribuiu para este ridículo estado de coisas.
Escusadamente. Por trás disto, julgo que estão daquelas mentes obscuramente brilhantes, que inventam tantas regras e reviravoltas que o sistema dá um nó e engonha.
Se não há gente na bolsa de recrutamento que chegue para as encomendas, faz algum sentido esperar X dias para que se anuncie que ah e tal afinal não há ninguém e agora já se pode passar para contratação de escola? Mas, estão a gozar com a malta?
É que a contratação de escola pode ter uma série de peripécias que provocam sucessivos adiamentos, o que, quando se está numa corrida contra o tempo, com o arranque do ano lectivo e a chegada dos alunos, não é dos melhores contributos para o serviço prestado pela escola. Se um candidato já aceitou outro horário e logo a seguir o seleccionamos para o nosso, é necessário que renuncie ao nosso para que possamos passar ao candidato seguinte. Frequentemente, isto pode arrastar-se por uma semana ou mais, em especial quando os candidatos mudam de telefone e não conseguem actualizar essa informação elementar na plataforma, ficando, assim, incontactáveis.
Enfim, uma embrulhada desnecessária.
Ao bom estilo de Sócrates, o que importa é fazer – mesmo que seja mal feito – e depois bradar aos quatro ventos que se fez e que correu lindamente – mesmo que não funcione.